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Pico do Tabuleiro: como fazer a trilha mais desafiadora da Grande Florianópolis

Trilheiro admirando o Pico do Tabuleiro

O Pico do Tabuleiro está localizado em Santo Amaro da Imperatriz, no Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, e a trilha até seu topo é uma das mais exigentes da região. Com cerca de 12,4 km (ida e volta) e um desnível positivo de 1.208 metros, ela sobe até o ponto mais alto da região litorânea, a 1.237 metros de altitude. Estes números grandiosos a tornam tão desafiadora, mas também permitem que se contemple belíssimos visuais da Grande Floripa e da região serrana. Do alto do Pico do Tabuleiro é possível compreender a grandiosidade do Parque do Tabuleiro. Pico do Tabuleiro: como fazer a trilha mais desafiadora da Grande Florianópolis.


A trilha

Frente da Apuama Rafting

A trilha tem início na base da Apuama Rafting, às margens da SC-406, onde há estacionamento e restaurante.

O percurso começa por uma estrada de terra, trilha larga, bem batida e aberta. Já começa íngreme. Neste primeiro trecho, há algumas passagens por porteiras de arame, e dois pontos que pedem alguma atenção quanto à orientação.

Trecho alagado logo no início da subida ao Tabuleiro


Após cerca de 1 km de caminhada, a trilha sai da estrada ampla e entra em mata fechada. Este é um ponto no qual, se não estiver atento, passa direto pela entrada. Logo depois de iniciar a caminhada nesta parte da trilha, há um trecho pantanoso, que exige mais cuidado para evitar atolar o pé. A umidade indica a proximidade com o rio. 


À medida que a jornada avança, a trilha se afunila em túneis naturais formados por bambus finos. Esses bambuzais dificultam a passagem, enroscam nos braços, nas mochilas e fazem com que muitos trilheiros percam objetos pelo caminho. Zíperes devem estar sempre fechados, e o conteúdo da mochila bem organizado e seguro. Outra sugestão é o uso de camisetas manga longa ou manguito para proteger os braços de arranhões e até bandanas para proteger orelhas e pescoços.

A subida é constante. Em muitos trechos, há raízes expostas, lama, pedras soltas e forte inclinação. O ganho de elevação é de quase 1.200 metros, o que torna o trajeto fisicamente exigente, especialmente para quem não está acostumado com caminhadas de montanha. A trilha é bem demarcada, com poucas bifurcações, o que reduz o risco de desorientação. No entanto, em caso de neblina, a visibilidade pode ser comprometida, exigindo atenção redobrada.

Trecho da subida ao Pico do Tabuleiro, com vista para o cume.

Até atingir cerca de 4 km de caminhada há poucos locais com vista ampla, a jornada segue pelos túneis de bambus. Porém no km 4 a mata se abre e é possível apreciar o topo do Tabuleiro. Este é um ponto que até pode assustar, porque no contato visual com o topo, a impressão é que ainda está muito longe. Porém, o trecho que se segue, apesar de mais íngreme, flui bem.


Acampamento no cume

Itens da mochila para acampamento no topo do Tabuleiro

Última fonte de água no km 1,6 da subida ao Tabuleiro.

Acampar no cume é permitido, mas requer planejamento. Não há fonte de água disponível no topo, e todo o suprimento precisa ser carregado desde a base. O último ponto de coleta de água está por volta dos 440 metros de altitude, no km 1,6, próximo a um dos rios que cruzam a trilha. Recomenda-se levar ao menos três litros por pessoa para o pernoite.

A área de camping é pequena e exposta. Não há árvores, sombra ou proteção natural contra o vento. A chamada viração — mudança brusca de tempo — é comum e pode ocorrer em questão de minutos. Céu azul pode rapidamente dar lugar à neblina densa, com visibilidade praticamente nula. À noite, mesmo no verão, as temperaturas podem cair para menos de 10 °C. No inverno, há risco de geada e sensação térmica próxima de zero. Um bom isolante térmico, saco de dormir adequado, roupas para frio e barraca resistente ao vento são indispensáveis. Não há abrigo natural no topo.

Fogueiras são proibidas em toda a extensão do parque. Por isso, é essencial levar equipamentos próprios para cozinhar e roupas térmicas para se manter aquecido. Quem não tem experiência em camping de montanha pode passar dificuldades sérias, especialmente se for surpreendido por mudanças climáticas.

Visual da região serra de Santa Catarina a partir do topo do Tabuleiro

Apesar dos desafios, o acampamento oferece uma das experiências mais marcantes da região. O nascer do sol no topo revela uma paisagem ampla: Baía Sul, Ilha de Santa Catarina, São José, Palhoça, o Cambirela e o Rio Cubatão em meio à mata. A visão de 360 graus permite observar outras formações da serra e entender o relevo da região. É um dos raros pontos de onde se avista, ao mesmo tempo, o mar e as serras do interior.


Vegetação e clima

Bromélia na trilha do Tabuleiro

A vegetação da trilha é um dos destaques da caminhada. A transição entre a floresta tropical e os campos de altitude é nítida. Nos trechos mais baixos, a mata é densa, com árvores altas, cipós, samambaias e uma grande diversidade de bromélias e orquídeas. À medida que a altitude aumenta, a vegetação vai mudando. O dossel se abre, e surgem os campos de altitude, com vegetação rasteira, arbustos e plantas adaptadas a ventos fortes, solo pobre e temperaturas mais baixas.

No cume, predominam musgos, líquens, capins e pequenos arbustos. A adaptação dessas espécies ao frio e à escassez de nutrientes impressiona. A paisagem muda radicalmente em relação à base, e o ambiente lembra regiões de montanha mais altas do Brasil e até mesmo dos Andes, em menor escala.


O clima é fator determinante para o sucesso ou fracasso da trilha. A melhor época para subir o Pico do Tabuleiro é entre abril e setembro. É o período conhecido como época de montanha, quando o tempo tende a ser mais seco e estável. Chuvas são menos frequentes, e há mais chances de encontrar céu limpo e boa visibilidade. Nos meses de verão, o calor intenso, as chuvas de fim de tarde e a alta umidade tornam a trilha mais difícil, além de aumentarem os riscos de escorregões e tempestades.

Mesmo na época ideal, é preciso acompanhar a previsão do tempo com atenção. Subidas em dias úmidos aumentam significativamente a dificuldade. Neblina, vento e chuvas repentinas são comuns. Muitos grupos precisam retornar antes de chegar ao cume por questões de segurança.


O Parque Estadual da Serra do Tabuleiro

Pico do Tabuleiro observado a partir de São José, Grande Florianópolis

O Pico do Tabuleiro está inserido no Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, maior unidade de conservação de proteção integral de Santa Catarina. Criado em 1975, o parque tem cerca de 84.130 hectares e abrange nove municípios: Florianópolis, Palhoça, Santo Amaro da Imperatriz, Águas Mornas, São Bonifácio, São Martinho, Imaruí, Garopaba e Paulo Lopes . É uma das áreas mais estratégicas do estado no que se refere à conservação da biodiversidade e à proteção de recursos hídricos. É o Tabuleiro, por seu formato, que pode ser visto de vários pontos da região, que dá nome ao parque.

Os principais rios que abastecem a Grande Florianópolis — como o Cubatão e o Vargem do Braço — nascem dentro dos limites do parque. A vegetação preservada, a cobertura florestal contínua e a altitude são fatores fundamentais para manter esses mananciais em condições de atender milhões de pessoas. Por isso, a visitação é controlada, e algumas áreas são totalmente fechadas ao público.

Além da importância ambiental, o parque tem papel relevante na conservação de espécies ameaçadas. É também abrigo de uma flora diversa, com espécies endêmicas e raras. A trilha do Pico do Tabuleiro é uma oportunidade única de vivenciar esse ecossistema com responsabilidade.


Segurança e condutores autorizados

Nós, da Família na Trilha, somos condutores credenciados pelo Parque Estadual da Serra do Tabuleiro. Conhecemos o percurso, seus desafios e suas variações em diferentes épocas do ano. Atuamos com foco na segurança, organização e educação ambiental.

Nosso trabalho começa antes da trilha: na preparação do grupo, na conferência dos equipamentos, na definição do ritmo da subida, no monitoramento do tempo e na escolha dos pontos de descanso e acampamento. Durante o percurso, mantemos atenção constante ao estado físico dos participantes e às condições do ambiente.

Além disso, compartilhamos informações sobre a flora, a fauna, a história do parque e os cuidados com a conservação. A presença de condutores reduz significativamente os riscos de desorientação, acidentes e infrações às normas do parque, como acampamento em áreas inadequadas ou descarte incorreto de resíduos.

Evitar erros comuns também é parte do nosso trabalho: escolher bem o vestuário, evitar sobrecarga de mochilas, orientar sobre alimentação adequada e reforçar os cuidados com o tempo. Acreditamos que experiências em áreas naturais precisam ser seguras, respeitosas e marcantes — e é isso que buscamos em cada atividade que conduzimos.


Considerações finais

Pico do Tabuleiro: como fazer a trilha mais desafiadora da Grande Florianópolis.

Guias da Família na Trilha, no topo do Tabuleiro

Subir o Pico do Tabuleiro não é uma caminhada qualquer. É uma trilha de montanha com exigências físicas, técnicas e logísticas. Mas também é uma experiência única, de conexão com um dos pontos mais preservados do litoral sul do Brasil. A paisagem, o silêncio, a altitude e a sensação de conquista fazem valer cada passo.

Quem encara esse desafio precisa estar preparado. E quem guia precisa estar comprometido com a segurança e com o respeito ao ambiente. Se você está pensando em subir o Pico do Tabuleiro, entre em contato com a gente. Vamos juntos, com responsabilidade e conhecimento.

O cume espera por quem se prepara.


Quer conhecer este paraíso? Entre em contato com a gente e vamos planejar sua visita.

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