Esta é uma aventura que estava há tempos na nossa lista de desejos. Tínhamos a dúvida de ir ou não com as crianças e fomos deixando para depois.
Durante este período, ficamos estudando muito os detalhes que envolviam a caminhada, distância a ser percorrida, aclividade a ser encarada, possibilidade de suporte durante o trajeto. Este estudo nos deixou seguros em ir sabendo que eles iam curtir e dar conta do recado.
Os Soldados de Sebold são uma formação rochosa em arenito Botucatu que lembram soldados enfileirados, na borda da Serra Geral Catarinense, em Alfredo Wagner. A cidade fica a pouco mais de 100 km de Florianópolis.
Existem várias formas de chegar até os soldados. A trilha clássica, que foi a que fizemos, ou então de moto ou veículo 4x4. Você pode ir de veículo, se tiver segurança para dirigir em um terreno bem desafiador ou contratar o serviço de transporte até o refúgio. Como é uma propriedade particular é necessário fazer o agendamento prévio (ACESSE AQUI). Também é possível fazer ida e volta no mesmo dia, que foi nossa escolha dessa vez, ou dormir aos pés dos soldados, acampando ou alugando o Refúgio das Montanhas, uma casa em estilo rústico.
Seguimos todas as orientações repassadas na hora do agendamento, o que é bem importante para a localização, pois a região não tem acesso a internet. Portanto estude bem o deslocamento até o estacionamento para início da trilha e baixe o gps da trilha para não se confundir nas bifurcações ao longo do caminho.
Ao todo percorremos 13 km. Partimos de 627 metros de altitude e chegamos a 864 metros, em uma elevação de 237 metros. Porém o ganho principal é até o km 4, em especial entre 2,5 e 3 km. Essas foram as duas grandes dificuldades que tivemos, longa distância e forte aclividade.
Outra questão que merece atenção especial é a condição climática. Alfredo Wagner é a Capital Catarinense das Nascentes, cruzamos por rios inúmeros ao longo do percurso, e uma chuva mais forte pode inviabilizar a caminhada. Normalmente utilizamos a previsão do site Windy (ACESSE AQUI).
O visual é um atrativo a parte, não apenas pelos soldados, mas durante todo o trajeto. Cânions, lindas araucárias, campos, montanhas enfim são lindos cenários. Um em especial que ficamos um bom tempo apreciando foi o Cânion do Rio Lajeado. Ao longo do tempo, milhares de anos, o Rio Lajeado foi escavando, esculpindo as rochas por onde passava, formando um belíssimo cânion. Neste ponto, um cuidado em especial é com o acesso ao cânion.
Há uma escada e uma corda posiciona dos para a descida, mas é um caminho que precisa ser feito com muita atenção para evitar acidente. Além disso, se houver alguma previsão de chuva, não desça, pois o risco de uma cabeça d'água é alto sob essas condições, e não há para onde escapar.
Não há sinalização para o momento de sair da estrada e acessar a pequena trilha para o Cânion do Lajeado. Fica a cerca de 300 metros antes de chegar a uma casa que está bem no caminho.
Paramos para almoçar às margens do mesmo Rio Lajeado, um pouco mais acima da área do cânion, admirando os soldados de frente e sob uma belíssima floresta de araucárias. Levamos maçãs, frutas secas, pão, queijo polenguinho (aquele que não precisa refrigeração) e linguiça Blumenau (também não precisa refrigeração).
Além disso, doce de leite em cubinhos para dar uma carga extra de energia. O principal item a ser levado: muita água!
É uma longa caminhada, então mantenha uma boa hidratação. Tivemos a parceria do tio Lelo, então dividimos um pouco o peso carregado, até porque a Laís alternou momentos caminhando e momentos na mochila.No almoço ficamos um bom tempo descansando e curtindo o visual maravilhoso, as crianças brincando às margens do rio.
Como íamos fazer bate e volta no mesmo dia, optamos por não chegar até o refúgio, então após o almoço pegamos o caminho de volta. Como o caminho passa por um longo trecho sem cobertura florestal, protetor solar é indispensável.
Mas nossa aventura nos Soldados de Sebold não acaba aqui. Em breve queremos voltar para acampar e curtir o amanhecer nesse lugar maravilhoso.